Um bar situado no bairro Catiapoã, em São Vicente, na Baixada Santista, foi encerrado após o falecimento de Wevelyn Pestana de Brito, de 32 anos, na madrugada de domingo (26). De acordo com familiares, ela teve um mal-estar depois de consumir três doses de whisky no Bar 75. Ao retornar para casa, sua situação piorou, apresentando dor abdominal intensa, vômitos e grande irritação. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado e prestou os primeiros socorros, mas, ao chegar ao hospital, Wevelyn já estava sem sinais vitais, sendo sua morte confirmada.
Medidas da Prefeitura de São Vicente
Segundo declarações da Prefeitura de São Vicente, uma força-tarefa foi criada na tarde de domingo, composta por representantes das secretarias de Defesa e Organização Social (Sedos) e da Saúde (Sesau), além de integrantes do Procon-SV e da Secretaria de Comércio, Indústria e Negócios Portuários (Secinp). Essa operação contou com o suporte da Guarda Civil Municipal (GCM), da Polícia Civil e da Polícia Militar, que estiveram presentes no Bar 75.
Após a fiscalização, foi verificado que o estabelecimento funcionava sem alvará. Em razão disso, o local foi imediatamente fechado. A Polícia Civil também procedeu ao apreensão de garrafas, tanto lacradas quanto abertas, as quais serão encaminhadas para análises laboratoriais, informou a Prefeitura.
Investigação da Causa da Morte
Conforme a Prefeitura, ainda não há confirmação quanto à causa da morte ou se a bebida estava adulterada. A causa do falecimento está sob avaliação do Serviço de Verificação de Óbito (SVO). Somente após a conclusão dos exames será possível determinar o que ocasionou a morte de Wevelyn, segundo informações da administração municipal.
A Prefeitura também destacou que a administração já está realizando fiscalizações periódicas nos bares e adegas da cidade desde os primeiros relatos de intoxicação por metanol.
No estado de São Paulo, a Secretaria de Saúde informou que 443 suspeitas de intoxicação por metanol foram descartadas. Até o momento, foram confirmados 44 casos, resultando em nove mortes, incluindo quatro homens de diversas idades residentes na cidade de São Paulo, uma mulher de 30 anos de São Bernardo do Campo, e outros dois homens e uma mulher de Osasco, além de um homem de 37 anos de Jundiaí. Dez casos ainda estão sob investigação, incluindo duas mortes, uma em Piracicaba de um paciente de 49 anos e a de Wevelyn em São Vicente.
O último boletim divulgado pelo Ministério da Saúde nesta segunda-feira (27) aponta que o total de óbitos no país é de 15, somando ainda seis mortes no Paraná e seis em Pernambuco. Além das mortes registradas em São Paulo, há mais oito casos em investigação: quatro no Pernambuco, dois no Paraná, e um em Minas Gerais, além de um em Mato Grosso do Sul. Foram descartadas 32 notificações de óbitos que estavam sob investigação, e atualmente, há 58 casos confirmados de intoxicação por metanol após consumo de bebidas alcoólicas, com mais 50 em análise. Já foram descartadas 635 notificações.
A intoxicação por metanol representa uma emergência médica de grande gravidade, pois a substância, ao ser ingerida, é metabolizada em produtos tóxicos que podem levar à morte. Os sintomas principais incluem: visão embaçada ou perda de visão (possivelmente resultando em cegueira) e mal-estar geral (com náuseas, vômitos, dores abdominais e sudorese).
Em caso de identificação de sintomas, é imprescindível buscar imediatamente ajuda médica e contatar uma das seguintes instituições:
- Disque-Intoxicação da Anvisa: 0800 722 6001;
- CIATox da sua cidade para orientação especializada;
- Centro de Controle de Intoxicações de São Paulo (CCI): (11) 5012-5311 ou 0800-771-3733 – disponível em todo o país.