O assessor-chefe especial da Presidência da República, Celso Amorim, fez um novo apelo pela divulgação das atas das eleições presidenciais na Venezuela durante uma audiência pública da Comissão de Relações Exteriores (CRE). Segundo ele, o governo brasileiro só reconhecerá o resultado da votação após a publicação dos documentos que confirmam os totais de votos de cada candidato. O presidente Nicolás Maduro foi reeleito para um terceiro mandato, mas o resultado é contestado pela Organização dos Estados Americanos (OEA), Estados Unidos e União Europeia. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também demonstrou impaciência com o atraso na divulgação das atas.
Posicionamento do Brasil
Senadores tanto da situação quanto da oposição cobraram uma definição do Brasil sobre a reeleição de Nicolás Maduro. A senadora Tereza Cristina afirmou que a situação na Venezuela é absurdamente antidemocrática. O senador Humberto Costa também cobrou uma posição do governo brasileiro. Porém, Celso Amorim preferiu não estabelecer uma data-limite para a divulgação das atas eleitorais, justificando que a impaciência não é boa conselheira. Ele afirmou que é necessário encontrar uma solução democrática e pacífica, por meio do diálogo entre as partes envolvidas.
Transparência e direitos humanos
O presidente da CRE, senador Renan Calheiros, ressaltou que a transparência é fundamental para a legitimidade de qualquer pleito eleitoral. Já o senador Sergio Moro questionou Celso Amorim sobre as denúncias de violações aos direitos humanos na Venezuela. Amorim condenou esses casos e destacou que o papel do Brasil é buscar uma solução pacífica, mesmo diante de divergências políticas.