Após um diálogo entre mulheres parlamentares de diferentes nações sobre os obstáculos que enfrentam na luta por igualdade econômica em relação aos homens e por mais posições de liderança e poder, as líderes das bancadas femininas da Câmara e do Senado, a deputada Benedita da Silva (PT-RJ) e a senadora Leila Barros (PDT-DF), informaram que houve progressos nos últimos anos, embora reconheçam que a luta continua.
Debates no G20 e Desafios Persistentes
As parlamentares desempenharam um papel crucial nos debates sobre a presença feminina no G20, o grupo das nações mais ricas do mundo, que explorou formas de promover a maior inclusão das mulheres, combater desigualdades de gênero e raça, e enfrentar as consequências das mudanças climáticas através de uma abordagem que considera ambos os aspectos.
Enfrentando Desafios a Longo Prazo
A senadora Leila Barros enfatizou que as dificuldades devem ser superadas ao longo de um período mais extenso. Ela afirmou: “Esses desafios não serão superados em uma, duas ou três legislaturas. É um esforço diário, como este P20 que estamos realizando, que serve como um fórum fundamental para compartilhar experiências com parlamentares de outros países, entendendo que as barreiras e frustrações são bastante semelhantes.”
A deputada Benedita da Silva, por sua vez, ressaltou que a aprovação de propostas que combatam desigualdades é um processo complicado em um ambiente dominado por homens. Ela caracterizou essa luta como um esforço contínuo.
“Entrar em uma Casa que é majoritariamente masculina para discutir questões femininas não é uma tarefa trivial. Hoje, eles alegam que essas são questões identitárias, mas eu insisto que somos a maioria da população. Recebemos menos, vivemos em condições precárias e somos negadas de direitos. E provamos, com dados, que nosso país é permeado por preconceito e racismo”, declarou Benedita.
Violência Política de Gênero
Um dia antes da reunião dos líderes dos parlamentos do G20, o Plenário da Câmara recebeu mulheres parlamentares de várias nações, e os desafios identificados eram em sua maioria semelhantes.
A discussão incluiu a violência política de gênero. A deputada Yandra Moura (União-SE), que coordena o Observatório da Mulher na Política, uma iniciativa da Câmara, compartilhou suas experiências de tais incidentes durante sua candidatura à prefeitura de Aracaju, em Sergipe, nas últimas eleições. Para ela, a solução para esse problema passa pela atuação do Judiciário.