No dia 16 de outubro de 2024, o governo federal promoveu uma reunião para avaliar a possível reintrodução do horário de verão, que foi abolido em 2019. Essa proposta busca ajustar os relógios a fim de maximizar o aproveitamento da luz solar. O assunto voltou à tona por conta da crise energética e da pressão para encontrar soluções que melhorem o consumo de energia. A decisão final sobre a reinstalação do horário de verão ainda está pendente, mas diversos grupos sociais e econômicos já expressaram suas opiniões sobre os potenciais efeitos dessa medida.
Principais pontos da reunião
Na reunião, conduzida pelo Ministério de Minas e Energia e com a presença do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), foram apresentados novos estudos sobre a viabilidade do retorno do horário de verão ainda em 2024. O principal foco dos debates foi o impacto do consumo energético durante o horário de pico (entre 18h e 20h), período em que a demanda por eletricidade é mais alta e as fontes de energia solar não estão mais disponíveis.
Posição dos atores envolvidos
O ONS indicou que a reintrodução do horário de verão poderia resultar em uma diminuição de até 2,9% na demanda máxima de eletricidade, além de gerar uma economia em torno de R$ 400 milhões entre outubro e fevereiro. No entanto, a implementação ainda depende de uma avaliação mais abrangente das necessidades energéticas do país, especialmente diante da crise hídrica.
A reintrodução da medida gera divisões de opinião. Especialistas do setor elétrico defendem que esta poderia aliviar a pressão sobre o sistema interligado nacional, evitando a ativação de usinas termelétricas, que são mais poluentes e custosas. A economia nos custos de operação é um argumento favorável, especialmente em face da crise hídrica e do aumento nas tarifas energéticas.
Por outro lado, críticas surgem de setores ligados à saúde e ao bem-estar da população. Vários estudos apontam que a mudança nos horários pode impactar negativamente o sono e o biorritmo das pessoas, resultando em problemas de saúde como distúrbios do sono e aumento do estresse. A indústria de turismo e lazer, que normalmente apoia o horário de verão por favorecer atividades ao ar livre, também renovou seu suporte à iniciativa.
Impactos econômicos, sociais e ambientais
A possível volta do horário de verão traria vários impactos. No aspecto econômico, o benefício principal seria a redução dos custos de energia, especialmente em um cenário em que o Brasil enfrenta dificuldades no abastecimento em decorrência da seca. A economia gerada pode ser considerável ao evitar a utilização de termelétricas.
No entanto, os efeitos sociais e ambientais ainda são objeto de debate. Em termos ambientais, essa medida pode contribuir para a diminuição das emissões de gases de efeito estufa, já que menos termelétricas seriam acionadas. Socialmente, os efeitos vão além das questões de saúde, com a mudança nos horários impactando o comportamento dos consumidores e as atividades comerciais, beneficiando alguns setores, como o de lazer, mas apresentando desafios para outros.
Próximos passos
Embora a reunião do dia 16 de outubro tenha explorado amplamente os impactos e benefícios da reintrodução do horário de verão, a decisão final ainda está em aberto. O governo deve anunciar nas próximas semanas os resultados das análises técnicas e as considerações políticas relativas ao tema. Se a medida for adotada, sua implementação ocorrerá após as eleições municipais, com início previsto para novembro.
Espera-se que o governo leve em conta todas as variáveis envolvidas para tomar uma decisão que afete diretamente a vida de milhões de brasileiros, especialmente em um contexto energético delicado.