No Dia Nacional de Luta Contra a Violência à Mulher, celebrado em 10 de outubro, Sydney Limeira Sanches, presidente do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), ressaltou que a opressão às mulheres se apresenta de várias maneiras, incluindo aspectos psicológicos, sexuais, patrimoniais, físicos e morais. De acordo com Sanches, essa realidade evidencia a urgência de se implementarem políticas públicas eficazes, uma rede de apoio às vítimas e a importância do papel da sociedade no combate a esse problema.
Dados Alarmantes sobre a Violência Doméstica
A cada 24 horas, pelo menos oito mulheres no Brasil são vítimas de violência doméstica, conforme informações da Rede de Observatórios da Segurança divulgadas recentemente. O advogado enfatizou que o enfrentamento deste tipo de crime deve ser uma prioridade estatal, que deve incluir o cuidado com as vítimas e a conscientização social acerca da questão. Sem essas iniciativas, não conseguiremos superar essa problemática estrutural, profundamente enraizada no machismo e na desigualdade de gênero, declarou ele.
A Violência Além do Âmbito Doméstico
Em 2023, foram documentados 3.181 casos de violência contra mulheres, dos quais 586 referem-se a feminicídios, com mais de 70% dos casos sendo cometidos por parceiros ou ex-parceiros das vítimas. Contudo, a opressão de gênero também se manifesta fora do ambiente doméstico. No cenário político, a presença feminina continua sendo uma minoria, mas as mulheres sofreram quase metade das ocorrências de violência política desde o término das eleições de 2022 até o início do período eleitoral de 2024, conforme revela a 3ª edição da pesquisa Violência Política e Eleitoral no Brasil.
O Dia Nacional de Luta Contra a Violência à Mulher foi instituído com a finalidade de sensibilizar a sociedade sobre a gravidade dessa situação. Esse dia representa um marco na luta pelos direitos humanos e pela promoção de uma cultura de respeito e igualdade. A data remonta a manifestações de mulheres, ocorridas há mais de 40 anos, em busca de segurança. O primeiro ato aconteceu em 10 de outubro de 1980, no Teatro Municipal de São Paulo, quando um coletivo feminino organizou protestos contra o aumento da violência doméstica no Brasil e a inação do Estado na proteção das vítimas.