A Polícia Civil iniciou a Operação Faketech com o objetivo de investigar uma rede de crimes digitais que incluem jogos de azar, estelionato eletrônico e lavagem de dinheiro. Um dos principais alvos da operação é o influenciador Ruyter Poubel, de 27 anos, que é conhecido por ostentar um estilo de vida luxuoso em suas redes sociais, onde conta com mais de 20 milhões de seguidores.
Detalhes do caso de Ruyter Poubel
Conforme as investigações, Poubel teria se beneficiado das perdas financeiras de usuários em plataformas de apostas e é considerado um dos organizadores de um esquema que movimentava grandes valores de maneira ilícita. Ele se destaca por exibir carros de luxo, mansões caras e viagens extravagantes, se autodenominando bilionário, inteligente, filantropo, gênio e humilde. Apesar de sua fama, Ruyter compartilha que sua trajetória começou de forma modesta, vendendo cachorro-quente após sua família enfrentar dificuldades financeiras.
A carreira e o estilo de vida de Poubel
Ruyter Poubel iniciou sua trajetória no marketing digital e, em questão de meses, afirma ter acumulado uma considerável fortuna. Ele começou a comercializar cursos online que prometiam ensinar estratégias para ganhar dinheiro, incluindo como jogar nas plataformas de apostas. Em 2023, ele ganhou notoriedade ao realizar uma festa de aniversário que custou mais de R$ 500 mil, reforçando sua imagem de riqueza e sucesso.
A Operação Faketech, liderada pela Polícia Civil, está investigando a existência de um esquema relacionado a jogos de azar ilegais e crimes financeiros. O foco principal da operação recai sobre os denominados jogos do tigrinho, uma modalidade de cassino online que, apesar de parecer inofensiva, é altamente viciante e tende a causar grandes perdas financeiras aos usuários.
Funcionamento dos 'jogos do Tigrinho'
Segundo as investigações, tanto Ruyter Poubel quanto outros envolvidos lucravam com as perdas dos jogadores, recebendo comissões das casas de apostas. Ademais, ele é suspeito de ter desenvolvido suas próprias plataformas de apostas em colaboração com outro influenciador, Jonathan Martins Pacheco, utilizando terceiros para disfarçar as transações financeiras. Os jogos do tigrinho operam oferecendo apostas esportivas, mas também escondem links para cassinos online e outras formas de jogos de azar. De acordo com o delegado Fabiano Barbeiro, da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Santos, esses jogos são projetados para levar os usuários a perdas rápidas e significativas.
“Esses jogos aparentam ser inofensivos, mas podem ser extremamente prejudiciais. As vítimas acreditam que estão participando de uma competição justa, mas acabam sendo enganadas pela estrutura do sistema”, ressaltou o delegado.
Desdobramentos da investigação
A Operação Faketech foi desencadeada após denúncias de vítimas em Santos e Guarujá (SP), que relataram perdas financeiras substanciais em plataformas de jogos de azar online. Ao todo, a polícia cumpriu 14 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte, envolvendo imóveis ligados a Ruyter Poubel e Jonathan Pacheco, além de empresas que estão registradas em nomes de outras pessoas.
A investigação revelou que as empresas sob suspeita acumulam mais de 7 mil reclamações no site Reclame Aqui e diversos boletins de ocorrência foram registrados, especialmente no estado de São Paulo. Os lucros obtidos pelos influenciadores seriam resultantes das perdas financeiras das vítimas. A operação mobilizou 41 agentes, além de oito viaturas em São Paulo e outras oito no Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte. Embora a polícia não tenha divulgado detalhes sobre o que foi apreendido, as investigações continuam a todo vapor. Até o presente momento, os influenciadores não se pronunciaram acerca das acusações.