O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de 79 anos, apresenta boa recuperação após uma cirurgia de emergência no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. A operação foi necessária para drenar um hematoma na cabeça, que foi diagnosticado depois que o presidente se queixou de fortes dores na última segunda-feira (9). De acordo com a equipe médica, Lula está estável, conversa adequadamente e não apresenta sequelas.
Detalhes sobre a cirurgia de Lula
O procedimento cirúrgico foi realizado na madrugada de terça-feira (10) e teve a duração de cerca de duas horas. O neurocirurgião Marcos Stavale informou que o hematoma estava localizado entre o cérebro e a dura-máter, que é a membrana que protege o sistema nervoso central. Esse tipo de sangramento é mais comum em pessoas idosas que sofreram quedas, conforme ocorreu com Lula em outubro.
A equipe médica relatou que o hematoma foi completamente removido sem ocasionar danos ao cérebro. Após a cirurgia, Lula foi transferido para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde permanecerá em observação por pelo menos 48 horas, conforme o protocolo médico estabelecido.
Situação de saúde do presidente
Atualmente, o estado de saúde do presidente é considerado bom. A médica infectologista Ana Helena Germoglio, que acompanhou Lula em Brasília, ressaltou que ele estava lúcido durante todo o trajeto até São Paulo. Ele conversava normalmente e permanecia orientado, destacou.
Lula chegou ao Hospital Sírio-Libanês após um dia de dores de cabeça, que inicialmente pensava serem causadas por uma gripe. Exames feitos ainda em Brasília revelaram a presença de um novo hematoma, situado no lado esquerdo do lóbulo frontal. A confirmação foi realizada por meio de uma ressonância magnética, que indicou a necessidade da operação.
A primeira-dama, Janja, está ao lado do presidente durante sua internação e tem oferecido suporte emocional vital nesse período de recuperação.
Contexto da queda e outros fatores relacionados
A origem do hematoma remonta a uma queda que Lula sofreu em outubro. Na ocasião, ele se machucou ao bater a cabeça, mas o hematoma inicial foi absorvido pelo corpo de forma natural. No entanto, sangramentos tardios podem ocorrer devido ao estiramento de pequenos vasos sanguíneos, como explicou o neurologista Rogério Tuma.
Quando o sangue acumulado começa a ser reabsorvido, ele pode se tornar mais líquido, resultando no estiramento dos vasos, o que pode levar a novos sangramentos, afirmou Tuma. Esse tipo de complicação é recorrente em pessoas mais velhas, dado que a idade avançada pode comprometer a capacidade de recuperação dos vasos sanguíneos.
A cicatriz na cabeça de Lula, que foi vista em fotografias recentes, é uma marca do primeiro hematoma. Entretanto, este novo sangramento demandou um tratamento imediato, pois poderia resultar em complicações graves se não fosse tratado a tempo.
Orientações médicas e próximos passos
No momento, espera-se que o presidente permaneça internado por alguns dias. Ele está com um dreno que tem a finalidade de evitar o acúmulo de líquidos e que será removido em um prazo de um a três dias, dependendo da sua evolução clínica. Os médicos também suspenderam qualquer atividade laboral ou reuniões até que Lula se recupere completamente. Nada de trabalho até que ele esteja totalmente recuperado, enfatizou Roberto Kalil.
É previsto que Lula retorne a Brasília no início da próxima semana. Contudo, é fundamental que ele continue a realizar exames periódicos para controlar sua saúde e prevenir novas complicações. De acordo com a equipe médica, essas ações são vitais para assegurar uma recuperação total.
Histórico de saúde de Lula
Essa não é a primeira vez que o presidente enfrenta problemas significativos de saúde. Em setembro de 2023, Lula passou por uma artroplastia total no quadril direito para substituição da cartilagem desgastada por uma prótese. A cirurgia foi um sucesso e ele conseguiu retomar suas atividades normais após a recuperação.
Entretanto, a idade avançada contribui para um maior risco de complicações em situações como a atual. Portanto, um acompanhamento médico contínuo é crucial para garantir a segurança do presidente.
A dor de cabeça como sinal de alerta
A dor de cabeça relatada por Lula serviu como um alerta importante para a identificação do problema. Em muitos casos, dores de cabeça podem variar em intensidade e sinalizar condições mais graves, como hematomas intracranianos. É crucial buscar atendimento médico ao perceber dores persistentes ou incomuns, pois elas podem impactar não apenas a qualidade de vida, mas também indicar doenças mais sérias.
No caso do presidente, os exames regulares realizados foram parte de um protocolo preventivo. Essa precaução foi fundamental para a detecção do hematoma e para a prevenção de consequências mais graves.