No dia 24 de outubro, o tenente-coronel Mauro Cid reafirmou no Supremo Tribunal Federal (STF) suas afirmações feitas em sua delação premiada, que envolvem uma tentativa de golpe durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele negou ter sido pressionado pela Polícia Federal para fazer essas revelações.
Aceitação de Cid Durante Acareação
A confirmação se deu em uma acareação entre Cid e o general Walter Braga Netto, relacionada à ação penal que investiga um golpe de Estado que visaria manter Bolsonaro no poder após a derrota nas eleições de 2022. Ambos os réus, que são militares, permaneceram por mais de 1h30 frente a frente na manhã do dia 24, sob a supervisão do ministro Alexandre de Moraes, que é o responsável pelo caso.
Detalhes da Audiência
Apesar de o encontro ter sido realizado à porta fechada por ordem de Moraes, o STF fez a divulgação da ata da acareação. Estavam presentes os advogados de cada um dos acusados, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, que denunciou a tentativa de golpe, e a defesa de outros seis réus, incluindo a do ex-presidente Jair Bolsonaro. A audiência não foi registrada em gravação.Esse procedimento foi solicitado pela defesa de Braga Netto, que é o ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, o qual acusa Cid, que foi ajudante de ordens do ex-presidente e é delator do esquema golpista, de falsidade em seus testemunhos. De acordo com a legislação, os réus têm o direito de pedir acareações com outros acusados ou testemunhas. O intuito é que versões conflitantes sejam apresentadas ao juiz, que pode interrogar os envolvidos. Ambos mantiveram suas versões diante dos questionamentos de Moraes.Braga Netto está detido desde dezembro do ano anterior, sendo acusado de obstruir a investigação sobre a tentativa de golpe e de tentar descobrir detalhes da delação de Cid.Em sequência à acareação entre Cid e Braga Netto, ocorreu uma nova audiência onde foram confrontados Anderson Torres, ex-ministro da Justiça no governo Bolsonaro, e o ex-comandante do Exército, general Freire Gomes. Essa audiência teve a duração de aproximadamente uma hora.A defesa de Torres requisitou essa nova acareação, argumentando a necessidade de esclarecer pontos críticos sobre o depoimento de Freire Gomes, que, embora não seja réu, é considerado uma das principais testemunhas no processo.