Um recente relatório da Polícia Federal (PF) revela a existência de mensagens trocadas entre militares, que sugerem que um rascunho de um golpe, assinado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, foi ignorado. Este episódio expõe as divisões internas e as repercussões políticas no contexto atual.
Detalhes da investigação da PF
A Polícia Federal apresentou novas informações sobre a tentativa de golpe de Estado no Brasil após as eleições presidenciais de 2022. Capturas de tela que foram obtidas pela PF revelam conversas entre militares que demonstram uma forte resistência à alegada estratégia de ruptura institucional. O documento, segundo o relatório, teria sido assinado por Jair Bolsonaro, mas foi descartado por membros do Alto Comando Militar.
Trocas de mensagens entre militares
As mensagens enviadas pelo tenente-coronel Sérgio Cavaliere incluem informações de um interlocutor chamado Riva e detalham uma reunião entre Bolsonaro, seu vice-presidente Hamilton Mourão, e outros generais. Rasgaram o documento que o 01 [Bolsonaro] assinou, afirma uma das mensagens, provavelmente referindo-se à minuta do golpe.
Os diálogos revelam um ambiente crítico e repleto de descontentamento. Em um dos recados, Riva comenta que Mourão teria feito tratativas com os generais para afastar Bolsonaro, mencionando o golpe no Peru como um exemplo de ameaça. As mensagens também discutem negociações de cargos e críticas ao comportamento de membros do Alto Comando do Exército.
Cavaliere, após encaminhar as capturas para Mauro Cid, questionou a veracidade dos relatos. Em resposta, Cid sugeriu que os eventos não ocorreram exatamente conforme indicado, optando por enviar áudios que foram deletados logo em seguida, impossibilitando a recuperação pela PF. Fomos covardes, na minha opinião, lamentou Cavaliere em outra mensagem. Cid concordou, referindo-se a lideranças militares de elevada patente.
Repercussões políticas e internas
As mensagens reforçam as divisões internas no governo Bolsonaro e no Alto Comando Militar quanto a uma possível ruptura institucional. O episódio levanta questões sobre a ética e as estratégias de figuras proeminentes das Forças Armadas durante o processo de transição presidencial.
Analistas políticos avaliam que essas revelações podem ampliar as investigações relacionadas aos desdobramentos do relatório da PF. Enquanto isso, setores militares demonstram preocupação com a divulgação das divergências internas que podem impactar a imagem das Forças Armadas.
Reações das partes envolvidas
Até o presente momento, não houve declarações oficiais de Bolsonaro, Mourão ou outros militares citados no relatório. A CNN Brasil tentou entrar em contato com os mencionados, mas não obteve retorno. O caso continua gerando grande repercussão e debates sobre as responsabilidades e consequências para a estabilidade democrática do país.