PF revela ao STF que Zambelli não tentou pressionar a Justiça

A Polícia Federal (PF) comunicou nesta última sexta-feira (19) ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) não tomou medidas efetivas para pressionar a Corte.

Relatório de Investigação

Essa conclusão consta no relatório da investigação enviado ao ministro, que atua como relator do inquérito onde Zambelli é investigada por crimes de coação no curso do processo e obstrução de investigação.

Abertura do Inquérito

O inquérito foi instaurado em junho após a deputada ter se hospedado na Itália para evitar a condenação imposta pelo STF de 10 anos de prisão pela invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que ocorreu em 2023.

Ao iniciar a investigação, Moraes mencionou publicações de Zambelli nas redes sociais e afirmou que ela pretendia seguir o mesmo modus operandi do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos, visando a prática de condutas ilícitas.

Antes de ser presa na Itália, Zambelli ainda viajou para os Estados Unidos e fez postagens criticando Moraes.

A delegada responsável pela investigação avaliou que, apesar de Zambelli ter declarado a intenção de ir à Itália para realizar atos de obstrução da Justiça, essas declarações não resultaram em ações concretas.

“Embora a intenção de frustrar a aplicação da lei penal tenha sido pronunciada, o comportamento de Carla Zambelli, salvo melhor juízo, não ultrapassou o campo da retórica, inexistindo prova de efetivo êxito na adoção de expedientes, contatos, articulações ou providências que comprometessem o regular andamento da ação penal”, diz o relatório.

As conclusões da PF agora serão analisadas pelo ministro. Moraes poderá decidir por arquivar o inquérito, solicitar novas investigações à PF ou encaminhar o caso à Procuradoria-Geral da República (PGR).

Dupla Cidadania e Fuga

Por possuir dupla cidadania, Zambelli deixou o Brasil em maio deste ano após a condenação pelo STF.

Segundo o processo que levou à condenação, Zambelli foi identificada como a autora intelectual da invasão ao sistema do CNJ para emitir um mandado falso de prisão contra Alexandre de Moraes. As investigações apuraram que o hackeamento foi realizado por Walter Delgatti, que também foi condenado e confirmou que agiu a pedido da parlamentar.

Após a fuga para a Itália, o governo brasileiro solicitou a extradição da deputada para o país. O pedido formal de extradição de Carla Zambelli foi oficializado no dia 11 de junho pelo ministro e, em seguida, enviado pelo Itamaraty ao governo italiano.

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