O julgamento de Paulo Cupertino, que está sendo realizado no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo, revelou informações alarmantes por parte de sua filha. Durante seu depoimento, a jovem mencionou que foi mantida em cativeiro por 8 meses e ameaçada pelo próprio pai. Esses relatos trouxeram novas informações à tona sobre o caso que envolve o assassinato do ator Rafael Miguel e de seus pais, ocorrido em junho de 2019. A acusação de cometer o triplo homicídio recai sobre Paulo Cupertino, que permaneceu foragido por quase três anos.
Depoimento da filha no julgamento
A filha de Paulo Cupertino trouxe elementos cruciais para o julgamento. Ela declarou que seu pai a manteve em cativeiro por oito meses, utilizando vigilância constante e proferindo ameaças. Ele deixava claro que, caso ela tentasse escapar ou revelasse seu paradeiro, sua vida estaria em grande perigo.
Segundo sua narrativa, todo o drama teve início após Cupertino descobrir o relacionamento dela com Rafael Miguel, o ator que se destacou na novela Chiquititas interpretando o personagem Paçoca. Ao tomar conhecimento do namoro, o pai dela ficou furioso e começou a abusar da filha psicologicamente, controlando cada aspecto de sua vida por meio de constantes intimidações. O advogado de Cupertino, Alexander Neves Lopes, tentou desacreditar o depoimento, mas até o momento as provas sustentam a acusação.
Ameaças de Paulo Cupertino
As ameaças proferidas por Paulo Cupertino Matias foram um dos principais focos do depoimento de sua filha. Ela mencionou que essas ameaças incluíam violência física e até a morte. Além disso, ele manipulava sua filha psicologicamente, criando um clima de medo constante. Ele restringia suas comunicações e a vigiava ativamente.
Essas condutas reforçam a gravidade do caso. O promotor Wanderley Antunes Ribeiro afirmou que o comportamento de Cupertino revela um perfil violento e abusivo, o que pode influenciar significativamente no julgamento, visto que a acusação não apenas busca responsabilizá-lo pela morte de Rafael Miguel e seus pais, mas também por suas ações cruéis em relação à filha.
O caso de Rafael Miguel
A morte de Rafael Henrique Miguel e de seus pais, João Alcisio Miguel e Miriam Selma Miguel, ocorreu em junho de 2019. Segundo a acusação, Paulo Cupertino reagiu de forma violenta ao descobrir o relacionamento da filha com o jovem ator e decidiu confrontá-los. Durante a discussão, ele estaria armado e disparou contra Rafael e seus pais, matando-os instantaneamente.
Após o brutal crime, Cupertino fugiu por mais de dois anos, até ser capturado em 2022 pela Polícia Civil de São Paulo. Durante esse período, ele teria mantido a filha sob um regime de controle severo, impedindo-a de expor a verdade sobre sua situação ou de fugir de sua influência.
O julgamento de Paulo Cupertino
No julgamento, o tribunal está analisando as evidências que ligam o acusado às mortes e ao tratamento abusivo que ele impôs à filha. Apesar da tentativa da defesa de desmerecer as acusações, o testemunho da filha, juntamente com depoimentos de outras testemunhas, tem enfraquecido essa estratégia.
O triplo homicídio duplamente qualificado, que inclui as mortes de Rafael Miguel e seus pais, está sendo tratado como um crime hediondo. A promotoria sublinha que Cupertino não apenas tirou a vida de três pessoas, mas também fez tentativas de desmantelar a vida emocional de sua própria filha, mantendo-a sob seu controle.
A importância do depoimento
O depoimento da filha de Cupertino é potencialmente decisivo para o veredicto. Seu relato detalhado sobre as ameaças e o cativeiro ajuda a compor um perfil evidente do comportamento do pai. Ela explicou como ele a isolou e a impediu de procurar ajuda, criando uma atmosfera de medo incessante, o que evidenciaria seu caráter manipulador e violento.
A promotoria também trouxe testemunhas que corroboram partes do relato da jovem, demonstrando que Cupertino causou danos físicos a outras vítimas e controlou emocionalmente sua própria filha, tentando silenciá-la através do medo.
Conclusão
O julgamento de Paulo Cupertino continua a desvelar revelações impactantes, como o depoimento de sua filha, que expôs um lado menos conhecido do comportamento do réu. O relato sobre o cativeiro e as ameaças adiciona um novo capítulo à história já tragicômica relacionada ao assassinato de Rafael Miguel e seus pais. À medida que o caso avança, o tribunal analisará todas as provas e testemunhos para determinar o veredicto final, enquanto a sociedade aguarda por justiça.