Servidor da Abin revela ao STF que Ramagem possuía sala no Planalto

Na última segunda-feira (26), Cristian Schneider, um funcionário da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), declarou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o ex-diretor da agência, Alexandre Ramagem, possuía uma sala no Palácio do Planalto e mantinha contatos diretos com o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Detalhes do depoimento

O depoente participou da audiência por videoconferência como testemunha da defesa do general do Exército Augusto Heleno, que foi chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante o governo Bolsonaro e é um dos acusados no núcleo 1 do suposto golpe. Durante esse período, a Abin estava sob a supervisão do GSI.

Durante seu depoimento, Schneider confirmou que Ramagem realizava reuniões com o ex-presidente, pois sua nomeação foi uma decisão de Bolsonaro, não de Heleno, que estava à frente da Abin. Ele afirmou: “O ex-diretor tinha uma sala no Palácio do Planalto e tinha reuniões com o presidente da República. Ao ser perguntado se essa situação era comum, ele ressaltou que considera unprecedented um diretor da Abin ter um espaço no Planalto.

Implicações para o governo e acusações

Ele acrescentou que, de sua experiência, nunca havia visto um diretor da Abin ocupar uma sala no Palácio do Planalto antes do governo Bolsonaro, destacando que essa prática não era comum nos mandatos anteriores. Além de Bolsonaro, Ramagem é acusado de usar a estrutura da Abin para realizar espionagem ilegal contra adversários do ex-presidente.

Entre os dias 19 de maio e 2 de junho, serão ouvidas testemunhas indicadas pela acusação e as defesas dos réus. Após esses depoimentos, Bolsonaro e os outros acusados serão convocados para o interrogatório, cujo dia ainda não foi determinado.

Os oito réus são parte do que é chamado de núcleo crucial do golpe, o núcleo 1, e tiveram a denúncia aceita por unanimidade pela Primeira Turma do STF em 26 de março.

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